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A crise nos EUA e os brasileiros

Alessandra Correa | 2010-06-07, 17:50

Nos cinco dias que passei na capital do Arizona, na semana passada, conversei com vários brasileiros que pensam em abandonar os Estados Unidos com medo da nova lei de imigração do Estado, que torna crime a presença de imigrantes ilegais.

Eu já esperava encontrar diversas histórias do tipo, mas nos contatos que mantive em Phoenix acabei vendo de perto outro fenômeno que atinge a comunidade brasileira nos Estados Unidos: o de pessoas que estão deixando o país por causa da crise econômica.

A crise atingiu o mercado imobiliário, contaminou o setor financeiro e mergulhou o país em uma profunda recessão. Agora a economia americana já está se recuperando, mas os efeitos da crise ainda são sentidos e afetam muitos imigrantes.

Em Phoenix, encontrei Valdirene Custódio de Almeida, brasileira nascida em Minas Gerais e criada em Rondônia. Ela chegou aos Estados Unidos há sete anos, ilegalmente, atravessando o deserto na fronteira com o México.

Um ano depois, conheceu o mexicano Daniel Nava, com quem casou e teve duas filhas, Kimberly, que hoje tem quatro anos, e Tiffany, de um ano.

Nava trabalhava na construção civil e durante o boom imobiliário chegava a ganhar US$ 4 mil por mês. Valdirene, que no Brasil trabalhava como enfermeira, no Arizona ganha até US$ 3 mil limpando residências.

Durante alguns anos o casal levou uma vida confortável nos Estados Unidos. Há três anos, compraram uma casa de quatro quartos e dois banheiros. Aí veio a crise, e Nava ficou sem trabalho.

O casal já não conseguia pagar a prestação de US$ 2,2 mil e teve de entregar a casa um ano após a mudança.

Valdirene me disse que o marido está há mais de dois anos sem emprego e que, diante da falta de perspectivas, o casal decidiu deixar o Arizona e se mudar para Ouro Preto do Oeste, no interior de Rondônia, onde ela tem um sítio.

"Foi a crise que derrubou a gente, não essa nova lei", disse. "Não vamos levar dinheiro algum para o Brasil."

A história de Valdirene é parecida com a de muitos outros brasileiros e hispânicos nos Estados Unidos. Grande parte desses imigrantes trabalhava na construção civil, um dos setores mais afetados pela crise.

Enquanto no Brasil, que não foi tão atingido pela crise, a economia cresce, nos Estados Unidos a recuperação tem sido lenta.

Na última sexta-feira, o Departamento de Trabalho americano divulgou novos dados que indicam a existência de 15 milhões de desempregados no país. A taxa de desemprego está em 9,7%. Entre a população hispânica, sobe para 12,4%.

Apesar de alguns avanços recentes na economia, o próprio governo americano já avisou que vai levar muito tempo até que a taxa de desemprego comece a cair.

°ä´Ç³¾±ð²Ô³Ùá°ù¾±´Ç²õDeixe seu comentário

  • 1. à²õ 06:44 AM em 12 jun 2010, Denise escreveu:

    Por que será que os mineiros gostam tanto dos EUA? Deviam fazer um estudo sociológico sobre isso. Em toda reportagem, matéria de tv, sites etc sempre são os mineiros que embarcam -legalmente ou não - para lá.

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