Risco de inadimplĂȘncia entre famĂlias endividadas ainda Ă© 'preocupante', diz Ipea
Embora revele que o brasileiro estĂĄ em geral otimista com a economia, um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa EconĂŽmica Aplicada) indica que o risco de inadimplĂȘncia entre famĂlias endividadas segue moderado, situação que o instituto classifica como âpreocupanteâ.
Segundo o Ăndice de Expectativa das FamĂlias, os dados sobre endividamento mantiveram-se praticamente inalterados entre maio e junho, com 72% das famĂlias pouco endividadas ou sem dĂvidas e 9,2%, muito endividadas.
Entre as famĂlias endividadas, 33,6% disseram em junho nĂŁo ter condiçÔes de pagar suas dĂvidas, dado que o Ipea considera âpreocupanteâ.
Em maio, 41,3% dos endividados haviam dito que nĂŁo teriam condiçÔes de pagar suas dĂvidas. Desde entĂŁo a situação melhorou, mas segue despertando preocupação.
As regiĂ”es com maior percentual de famĂlias que afirmam nĂŁo ter condiçÔes de pagar as dĂvidas sĂŁo Norte (43,9%) e Sul (35,4%).
O estudo aponta ainda que a dĂvida mĂ©dia entre os que se declararam endividados atingiu R$4.343,95 em junho, ligeira queda em relação ao mĂȘs interior e mesmo patamar do fim de 2010.
Um indicador que contrabalança a perspectiva de inadimplĂȘncia Ă© o baixo Ăndice de famĂlias que planejam tomar novos emprĂ©stimos ou financiamentos nos prĂłximos trĂȘs meses, que Ă© de 7,17%.
A pesquisa para o Ăndice de Expectativa das FamĂlias foi realizada em 3.810 domicĂlios em mais de 200 municĂpios, em todos os Estados da federação.
Otimismo
Ao mesmo tempo, a pesquisa aponta que 56,8% dos brasileiros entrevistados consideram que o Brasil passarĂĄ por melhores momentos nos prĂłximos 12 meses. A porcentagem representa leve alta (de 0,6 ponto percentual) em relação ao mĂȘs anterior.
As regiĂ”es que apresentaram expectativa mais otimista foram o Centro-Oeste (78,6%) e o Norte (61,3%), ao passo que o Nordeste (53,7%) e o Sul (43%) registraram os menores Ăndices.
Os nĂșmeros mais otimistas estĂŁo na faixa de renda entre 4 e 5 salĂĄrios mĂnimos (69,5%) e em famĂlias com ensino superior completo (61,1%).
O estudo tambĂ©m destaca que 74% das famĂlias brasileiras disseram, em junho, estar melhor financeiramente do que hĂĄ um ano, percentual prĂłximo do apresentado no mĂȘs anterior.
Segundo o Ipea, isso âexplica, em parte, os Ăndices de elevação do consumo e aponta para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazoâ.