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Bancos e Estado no mundo pĂłs-crise

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Rogério Simões | 2009-10-16, 10:28

champanhe.jpgO mercado financeiro no mundo desenvolvido voltou a estourar champanhe. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York já opera acima dos 10 mil pontos, o mercado de ações londrino segue em constante alta, e agora os bancos, que um ano atrás tanto sofriam, voltam a acumular lucros bilionários. Na quinta-feira, o Goldman Sachs anunciou um lucro de US$ 3,19 bilhões de julho a setembro, depois de desempenho semelhante no trimestre anterior. Para celebrar, a instituição já prepara o que poderá ser o seu melhor ano em termos de bônus milionários a seus executivos.

Há um ano, governos ao redor do mundo tiveram de meter as mãos nos bolsos para salvar instituições financeiras que, com seus complicados e arriscados modelos de fabricação de riqueza virtual, haviam provocado um colapso do sistema financeiro internacional. O crédito secou, e o Estado entrou em campo para evitar uma depressão igual à dos anos 30. Aqui na Grã-Bretanha muitos criticaram, e continuam criticando, o fato de o governo ter socorrido banqueiros, que seriam os responsáveis pela recessão que se seguiu à crise de crédito. Por isso, líderes como Barack Obama e Gordon Brown vêm condenando, pelo menos verbalmente, que premiam o risco e a riqueza imediata, em mais um assalto no embate entre Estado e setor privado.

O fato de o poder público ter aparecido no mundo desenvolvido como o salvador de muitas pátrias decretou uma vitória moral do Estado sobre o mercado, afetando inclusive o debate político. Aqui na Grã-Bretanha, a oposição conservadora evitava recorrer aos antigos argumentos de Margaret Thatcher de que o governo era o culpado de tudo, afinal, dessa vez claramente os vilões haviam sido os executivos de Wall Street e da City londrina, beneficiados por uma frágil regulamentação. Mas, exatamente quando a vida começa a voltar ao normal no mundo dos banqueiros, com lucros, bônus e ações em alta, os argumentos políticos também retornam ao tradicional status quo. Na semana passada, o líder dos conservadores, David Cameron, possivelmentre o próximo primeiro-ministro britânico, . Em seu discurso, ao final da última convenção do seu partido antes das eleições de 2010, Cameron prometeu reduzir o tamanho do governo em favor de uma "sociedade mais forte".

É possĂ­vel que, sob a pressĂŁo de paĂ­ses como França e Alemanha e considerando os danos que mercados super desregulados causaram Ă ˛ő economias dos Estados Unidos e da GrĂŁ-Bretanha, o mercado financeiro nunca mais volte Ă  ciranda que tomou conta dos primeiros anos deste milĂŞnio. Mas o fortalecimento do Estado, que tem sido uma constante desde o agravamento da crise no ano passado, nĂŁo significa que o mercado se contentará com a posição de coadjuvante. O histĂłrico embate entre os poderes pĂşblico e privado continua, tanto na economia como na polĂ­tica. O crash de 2008 deixou o Estado na dianteira, mas ainda há muita corrida pela frente.

°ä´Çłľ±đ˛ÔłŮá°ůľ±´Ç˛őDeixe seu comentário

  • 1. Ă ˛ő 09:06 PM em 22 out 2009, L9ep2uiz Monteiro de Barros escreveu:

    Parabéns pelo equilíbrio dentro do imenso desequilíbrio entre direita e esquerda econômicas. Entretanto a historia foi assim. Direção econômica do Rei, dos senhores feudais. A burguesia se revolta com a "boa vida da elite" cujo dogma era e AINDA É, de que quem trabalha no chão de fabrica, com as mãos na massa (do pão ou do reboco)não pode ter “aptidão” para gerir a economia ou a política. Acontece que as elites falham por não considerar o povo usando dogmas antigos ou atuais, como o da mão invisível do mercado ou mesmo o da falsa meritocracia, já que o acesso a educação não é igualitária. Tudo para açular ainda mais o egoísmo imanente nos instintos de nutrição e reprodução que se manifesta por exemplo com a imensa desigualdade social. Querem ver? Não é justificável a diferença de salários entre a gerencia e o chão de fabrica, que encontramos na economia brasileira. Assim o texto é “condescendente”, da uma “passada de mão na cabeça” de ma elite que havia considerado o mercado como fim da historia (Fukuyama). Resta pouco tempo para os bancos reciclarem. A era do Estado eficaz chegou, inexoravelmente

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