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O nascimento da nova ordem

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Rogério Simões | 2009-03-30, 13:49

g20blog.jpgDepois da tempestade, espera-se pela bonança. Mas, mesmo que ela nunca dê o ar da graça, já é possível identificar, no fim do túnel em que o mundo se encontra, um cenário bem diferente do que temos hoje.

Após um incêndio ter quase destruído o sistema financeiro internacional, numa crise iniciada em 2007, arquitetos já trabalham em uma nova estrutura, enquanto bombeiros ainda lutam contra as chamas. Líderes das 20 principais economias do mundo reúnem-se nesta semana, em Londres, com a missão de dar início à criação de uma nova ordem econômica e política mundial, em substituição àquela surgida após a Segunda Guerra Mundial. Muitos céticos duvidam que se consiga mais do que uma simpática carta de intenções para lidar com os atuais problemas da economia. Mas vários líderes do mundo desenvolvido já admitem: o tempo em que as nações ricas decidiam o futuro do mundo acabou.

Foi o que disse o premiê britânico, Gordon Brown, que passou pelo Brasil e pelo Chile antes de receber os colegas do G20 em sua capital. Apesar de considerado por muitos um dos responsáveis pelos efeitos da crise em seu próprio país, ninguém nega que Brown, ministro das Finanças por dez anos no governo Tony Blair, entende do assunto. Ele fala com a autoridade de quem viu, dos corredores do poder, a globalização se intensificar sem limites por mais de uma década e agora vê seu próprio futuro político ameaçado por suas incongruências (uma eleição no ano que vem ameaça tirá-lo do poder). Por isso o que ele diz merece crédito, mesmo que não seja exatamente uma novidade.

Há muito se fala em aumento do poder dos países emergentes e a transformação do mundo em uma realidade verdadeiramente multipolar. Mas a atual crise econômica parece estar acelerando esse processo, com empresas e governos de países antes considerados subdesenvolvidos ganhando poder e influência. Essa pelo menos é a tese de vários especialistas, entre eles Jim O'Neill, do Goldman Sachs, entrevistado na nossa série especial "BRICs 2020", publicada a partir desta segunda-feira aqui no site da tv Brasil. O'Neill, que no início da década previu a consolidação de Brasil, Rússia, China e Índia como potências em 2050, afirmou à nossa reportagem que esse processo já estará muito mais claro daqui a 11 anos. A crise global estaria, na sua visão, tirando mais rapidamente dos países desenvolvidos um poder econômico a ser distribuído entre as nações emergentes mais fortes.

Quatro meses atrás, quando resolvemos produzir uma série especial explorando como devem estar os BRICs em 2020, essa realidade não era tão clara. Se tivéssemos entrevistado O'Neil em novembro, quando a série começou a ser produzida, talvez o economista americano não falasse desse processo com tanta convicção. Mas a velocidade do agravamento da crise aumentou a crença de muitos de que, em meio à atual tempestade, o cenário global está mudando de forma mais veloz do que o esperado. A revista The Economist traz inclusive , mostrando que grandes empresas de países emergentes, a nova geração de multinacionais, continuam se destacando e crescendo apesar da crise.

A tv Brasil não teve a intenção de prever o futuro. Nossos repórteres foram a vários locais no Brasil, na Rússia, Índia e China para identificar onde está o maior potencial desses países para o ano de 2020 e onde se encontram seus maiores desafios. A força da Rússia na última década, seu potencial energético, pode ser seu calcanhar de Aquiles daqui a 11 anos caso o país não diversifique sua economia. A China aposta na educação, mas acumula uma imagem negativa de vilão do aquecimento global. A Índia pode ter suas ambições prejudicadas se não combater de forma decisiva a pobreza absoluta de grande parte da sua população. O Brasil tem uma chance única em sua história de combinar potencial energético e produção agrícola para se tornar uma potência, enquanto é cada vez mais cobrado na área ambiental.

O G20 pode assumir as rédeas da futura nova ordem internacional a partir do encontro desta semana em Londres. Os quatro BRICs, como maior força dentro da turma dos emergentes, têm muito a ganhar com essa mudança. Talvez até já negociando de igual para igual com os atuais chefes do mundo no ano de 2020.

dzԳáDzDeixe seu comentário

  • 1. à 06:19 PM em 30 mar 2009, JOSE DA SILVA escreveu:

    SERÁ DIFÍCIL CRESCER, POIS ROUBOS E CORRUPÇÃO DO GOVERNO POR TODO O PAÍS TORNARAM-SE UMA PERIGOSA ROTINA.

  • 2. à 09:21 PM em 30 mar 2009, Roberto Campos escreveu:

    Viva a ditadura global. Só falta os representantes escolherem um líder mundial e ai veremos uma ditadura global, será que a Bíblia não está certa sobre o anticristo?

  • 3. à 12:54 AM em 31 mar 2009, oswaldo macedo escreveu:

    O mundo atual é fruto de muitas mudanças e, será com elas que teremos que trabalhar para entendermos o futuro globalizado. O Brasil tem hoje um papel importante não só no aspecto geopolitico, mas também econômico, na medida que auamenta a sua produção e o mercado consumidor. Isso interessa bastante aos capitais volatilizados pela crise global e ao surgimento de uma nova ordem com os países emergentes que precisarão de muito trabalho para cosncientiozar seus empresários que vivem atarracados no Estado e ao mesmo tempo o criticam, procurando ter mais do que contribui. Mas como o dinheiro é do povo, a crise que continue por mais e mais anos.

  • 4. à 03:24 AM em 31 mar 2009, Renan Salamargo de Araujo escreveu:

    Essa crise mostra o fracasso do capitalismo e a inconsequência daqueles que sempre olharam o resto do mundo com indeferença e ar de superioridade e agora estão sendo cobrados duramente por sua posição arrogante.

  • 5. à 09:38 AM em 31 mar 2009, caetano trindade escreveu:


    O ganhador do prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman e outros economistas säo do ponto de vista que as medidas tomadas pelos governos dos países industrializados näo é a direcäo a seguir, escassas de avaliacöes. Na opiniäo de muitos necessita primeiramente acabar com a queda do Mercado imobiliário, se caso os bancos realmente deveräo ser ajudado.
    Sera que estamos ainda no fim da arma massacradora do capital especulativo?
    O Terceiro mundo precisa de moeda, näo somente os países industrializados teräo um um grande problema. Asia, América Latina viräo ainda cada vez mais forte ficar no seu canto. Muitos países pobres näo tem dinheiro para fazer programas de conjunturas. Também a alta dos juros necessita ser cauteloso com sistema monetário e deixar cair o seu valor, sem nenhuma atracäo. A moeda monetária já cai porque os investidores que por causa de medo em subtrair o valor da moeda monetária, perdem se dinheiro.

  • 6. à 09:40 AM em 31 mar 2009, Zé Chopoto escreveu:

    nós necessitamos exatamente refletir, como nós iremos manusear Mercado global financeiro, apesar de näo estar claro como será um pesadelo para o Brasil entrar de novo numa crise como foi 1990 depois de tudo ter feito. Como reagir, ainda näo está claro. De qualquer forma sabemos e conhecemos como é perigosa a globalizacao financeira, isto é fato. Estou convencido que a nossa estrutura está preparada para superar e vencer esta barreira graduando um claro olhar do Ser Humano que se apresenta, remexe e assenta.

  • 7. à 11:47 AM em 31 mar 2009, Cecy Haemmerli escreveu:

    Todos os países que compõem o Bric não deixa de ser uma preocupação para o bloco dos países desenvolvidos que tem lutado (à duras penas) com iniciativas, políticas dirigidas aos problemas econômicos como um todo, já que todos foram atingidos em efeito dominó pela crise econômica internacional. Essas mudanças, obviamente, não mais visando o seu próprio interesse, como sempre foi a regra anterior. Acho que temos de ser cautelosos e não esquecer que o Bric, são países que ainda tem um longo caminho à percorrer antes de ser respeitados como nações sérias e envolvidas na solução de desenvolvimento de cada pais. Além da péssima reputação, por não ter resolvido questões antigas e crônicas. A mais chocante de todas: o analfabetismo, povo sem educação, dificilmente consegue se desenvolver e resolver o problema da pobreza, consequência direta da falta de investimento na educação. Que quando não é negligênciada nos grandes centro-urbanos, é negada nas zonas rurais (principalmente à mulheres na Índia, China e Brasil, nessa ordem) para maioria de seus cidadãos, principalmente quando não é prioridade de seus governantes que insistem em demonstrar isso de forma clara, já que há mais de meio século, o problema do analfabetismo, sobretudo, no Brasil, Índia e China perduram sem perspectiva de mudanças, mesmo à longo prazo, à erradicação do problema. Um país livre e desenvolvido, antes de tudo, se faz com cidadãos que tenham acesso natural e digno à educação como um processo global de aprendizado de cada indivíduo. Veja o exemplo maravilhoso da Irlanda, que perfiriu deixar as suas estradas deterioradas e abandonadas e investir no desenvolvimento humano, erradicando o analfabetismo e consequentemente a pobreza. De que adianta ser o maior produtor disso e daquilo, ter as maiores reservas de água e ser os maiores desperdiçadores e poluidores por pura ignorância de sua população. De que adianta ser o maior produtor de alimentos, se não sabemos armazenar e perdemos uma boa parte do produto que poderia ter "matado" a fome de muitos. De que adianta sermos quase auto-suficientes em produção de petróleo, se continuamos à ver nossas estradas todas sucateadas, carros populares que de popular, só tem o nome, a preços exorbitantes, com impostos altíssimos para circular em cima de buracos, além do IPVA obceno, e não ver de forma alguma investimentos que efetivamente, valha o imposto pago pelo o escorchado contribuinte. De que adianta ter orgulho de possuir a maior floresta tropical do planeta, se somos os primeiros (os donos)a vendê-la para grupos estrangeiros (à preço de banana), que se enriquecem, devastando-a, e são os brasileiros que ganham o título de devastadores, e pior ainda, riem, quando grupos de defesa de preservação do meio-ambiente, tentam dissuadí-los da ação predadora/destruidora e da catástrofe irreversível provocada pelo desmatamento da floresta. Sem contar a contaminação do solo (por mercúrio) e do lençol freático por exploração ensandecida à procura do metal precioso. Exploração escravocrata, jamais vista na história da exploração humana, desde a Idade Antiga, nas barbas de governos ditatoriais, marca registrada da tradição de opressão de regimes que dizem ser democráticos, bem como os outros países do Bric, que também não tem muita tradição democrática nessa área. (...) Não acredito que o G20 irá influenciar ou tomar as rédeas do que quer que seja, pois são países que tentarão seguir o exemplo (falido) de políticas de confronto e medição de forças que foram submetidos, ou seja, eles reproduzirão o mesmo papel dos dominantes, quando eram vítimas frágeis da opressão do capitalismo. Esse modelo parece não funcionar mais, se levarmos em consideração que estamos todos no mesmo "barco". Ou todos se ajudam mutualmente na solução progressiva dos problemas, ou então "afundaremos", retornando ao estágio primitivo e natural do ser humano, que "mergulhados" na falta dos alimentos por problemas ambientais do aquecimento e meios de sobrevivência, voltará naturalmente o seu estado original e isso, particularmente não tenho dúvida alguma que possa vir acontecer nos próximos 10/20 anos, se tudo ficar no papel com assinaturas que não chegam a lugar nenhum..

  • 8. à 12:06 AM em 01 abr 2009, Juca escreveu:

    E lá vem o fim do MUNDO !!
    Gente vocês não leem a bíblia ???
    Ta tudo explicadinho lá. A nova ordem mundial é inevitável

  • 9. à 01:39 AM em 01 abr 2009, Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti escreveu:

    Sem dúvida nenhuma que as potências emergentes terão um lugar de destaque na economia mundial em poucos anos.Apesar da crise financeira mundial que abala o mundo todo, tenho certeza absoluta que na reunião do G20, programada para acontecer agora no dia 2 de abril, traçará um novo modelo econômico que será posto em prática por todos os países envolvidos. Não acredito que a reunião irá fracassar. Mas esses países precisão acordar para problemas sérios como o de combater a fome no mundo, de combater a AIDS, investindo nos laboratórios públicos na tentativa de se encontrar um medicamente que leve a cura dos portadores do vírus HIV, ou através de uma vacina preventiva ou terapêutica, e de também combater outras doênças como a Tuberculose, a Malária, a Cólera e as Hepatites B e C, que mata milhões de pessoas adultas e crianças em todo o mundo e em especial na África, Ásia e América Latina.

  • 10. à 09:23 AM em 02 abr 2009, Yoshio Hinata escreveu:

    Creio eu que o Brazil precisa diminur o tamanho do Estado e sua burocracia, diminur tributos e investir massiçamente em educação nos moldes do Japão pos guerra, e em segurança urgentemente. Só assim poderemos depois da tempestade vir a bonança do contrario ai depois da tempestade só temos ``enchente``.
    Há muito tempo aprendi que o Brazil é um pais essencialmente agricola, disso só os grandes são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, sendo enorme a diferença. Voltando ao Japão aqui tem tudo que se imagina em maquinarios para agricultura, micro, mini, medio, grande e gigante e ainda pode se alugar só quando for utilizar. Tudo isso o país do futuro teve chance na decada de 70. Sera que ainda vou ver a prosperidade que tanto almejamos???
    Yoshio - Japão

  • 11. à 06:34 PM em 03 abr 2009, George Bertold escreveu:

    Eh claro, o caminho esta todo tracado... conhecem o Bilderberg Club? Eles estao planejando tudo isto que esta acontecendo... proximos passos:
    1) Criacao do bloco economico no Pacifico/Asia
    2) Criacao do bloco da America do Norte (dolar cai, e o Amero o substitui)
    3) Um futuro lider mundial eh escolhido
    4) No fim, uma moeda mundial
    5) Nos pobres escravos eh que mantem os supostos lideres globais... que continuam fazendo guerras e mantendo-nos distraidos da realidade...
    Nada de surpresas... a Nova Ordem Mundial ja tinha sido anunciada antes por Bush Pai...

  • 12. à 09:42 PM em 03 abr 2009, Rogério Martins Simões escreveu:

    Li como muita atenção este excelente trabalho e respectivos comentários.
    Pegando nas sábias palavras do Cecy Haemmerli, que transcrevo seguidamente uma pequena mas significante parte, recordei-me de um extraordinário apelo à humanidade escrito por Fernando Bizarro, e traduzido para diversas línguas, cujos links podem encontrar num motor de busca por não ser possível aqui colocar.:
    “De que adianta ter orgulho de possuir a maior floresta tropical do planeta, se somos os primeiros (os donos)a vendê-la para grupos estrangeiros (à preço de banana), que se enriquecem, devastando-a, e são os brasileiros que ganham o título de devastadores, e pior ainda, riem, quando grupos de defesa de preservação do meio-ambiente, tentam dissuadi-los da ação predadora/destruidora e da catástrofe irreversível provocada pelo desmatamento da floresta. Sem contar a contaminação do solo (por mercúrio) e do lençol freático por exploração ensandecida à procura do metal precioso. “
    Para nossa tristeza o Fernando Bizarro faleceu, no dia 23 de Maio de 2006 em Lisboa, mas deixou-nos um extraordinário apelo.
    Talvez a verdadeira solução não esteja em o Brasil se transformar numa potência à custa da destruição do pulmão da humanidade – a mata Amazónica.
    Dado o interesse e para que se conheça a dimensão humanista do Fernando Bizarro passo a transcrever:
    Apelo para a Humanidade
    Tivemos a tristeza de ver recentemente o Tsunami, causando uma grande destruição e vitimando um número inconcebível de pessoas em sete países da Ásia. Sabemos que esse tipo de facto é um acontecimento natural, porém havemos de analisar e acrescentar que a intensidade desse tsunami mostra-nos claramente que o desequilíbrio ambiental é, incontestavelmente, potencializador de forças naturais deste porte. Cabe a nós, definitivamente, uma reflexão séria sobre o assunto e buscarmos maneiras mais correctas de lidarmos com o espaço que vivemos, para que não sejamos nós os responsáveis por catástrofes desta natureza.
    Nós blogueiros, propomos desde já, unirmo-nos em um alerta para a humanidade, e implantarmos cada um de nós, a nosso modo e em nosso ambiente, medidas práticas de mudanças!
    É tempo de se falar abertamente. É tempo de se abordarem as questões em profundidade e não de forma restritiva. É tempo enfim, de se falar a sério sobre a questão ambiental e ecológica. Sobre a humanidade!
    E com razão. É que cada vez mais se toma consciência de que o combate pela preservação, não tem fronteiras, não é regionalizável e de que a resposta ou é global ou não será resposta.
    As chuvas ácidas, o efeito de estufa, a poluição dos rios e dos mares, a destruição das florestas, não têm azimute nem pátria, nem região. Ou se combatem a nível global ou ninguém se exime dos seus efeitos.
    As pessoas ainda respiram. Mas por quanto tempo?
    Os desertos ainda deixam que reverdejem alguns espaços estuantes de vida. Mas vão avançando sempre.
    Ainda há manchas florestais não decepadas nem ardidas. Mas é cada vez mais grave o deficit florestal.
    Ainda há saldos de crude por extrair, de urânio e cobre por desenterrar, de carvão e ferro para alimentar as grandes metalurgias do mundo. Mas à custa de sucessivas reduções de reservas naturais não renováveis.
    Na sua singeleza, o caso é este:
    Até agora temos assistido a um modelo de desenvolvimento que resolve as suas crises crescendo cada vez mais. Só que quanto mais se consome, mais apelo se faz à delapidação de recursos naturais finitos e não renováveis, o que vale por dizer que não é essa uma solução durável, mas ela mesma finita em si e no tempo que dura. Por outras palavras: é ela mesmo uma solução a prazo.
    Significa isto que, ou arrepiamos caminho, ou a vida sobre a terra está condenada a durar apenas o que durar o consumo dos recursos naturais de que depende.
    Não nos iludamos. A ciência não contém todas as respostas. Antes é portadora das mais dramáticas apreensões.
    O que há de novo e preocupante nos dias de hoje, é um modelo de desenvolvimento meramente crescimentista – pior do que isso, cegamente crescimentista – que gasta o capital finito de preciosos recursos naturais não renováveis, que de relativamente escassos tendem a sê-lo absolutamente. E se podemos continuar a viver sem urânio, sem ferro, sem carvão e sem petróleo, não subsistiremos sem ar e sem água, para não ir além dos exemplos mais frisantes.
    Daí a necessidade absoluta de uma resposta global. Tão só esta necessidade de globalização das respostas, dá-nos a real dimensão do problema e a medida das dificuldades das soluções. Lêem-se o Tratado de Roma, O Acto Único Europeu e mais recentemente as conclusões da Conferência de Quioto, do Rio de Janeiro e Joanesburgo, onde ficou bem patente a relutância dos países mais industrializados, particularmente dos Estados Unidos, em aceitar a redução do nível de emissões. Regista-se a falta de empenhamento ecológico e ambiental das comunidades internacionais e dos respectivos governos, que persistem nas teses neoliberais onde uma economia cega desumanizada e sem rosto acabará por nos conduzir para um beco sem saída.
    Por outro lado todos temos sido incapazes de uma visão mais ampla e intemporal. Se houver ar puro até ao fim dos nossos dias, quem vier depois que se cuide!... e continuamos alegremente a esbanjar a água do cantil.
    Será que o empresário que projectou a fábrica está psicológica ou culturalmente preparado para aceitar sem sofismas nem reservas as conclusões de uma avaliação séria do respectivo impacto ambiental?
    Mesmo sem sacrificar os padrões de crescimento perverso a que temos ligados os nossos hábitos, há medidas a tomar que não se tomam, como por exemplo:
    Levar até ao limite do seu relativo potencial o uso da energia solar e da energia eólica.
    Levar até ao limite a preferência da energia hidráulica sobre a energia térmica. Regressar à preferência dos adubos orgânicos sobre os adubos químicos.
    Corrigir o excessivo uso dos pesticidas.
    Travar enquanto é tempo a fúria do descartável, da embalagem de plástico, dos artigos de intencional duração.
    Regressar ao domínio do transporte ferroviário sobre o rodoviário.
    Repensar a dimensão irracional do transporte urbano em geral e do automóvel em particular.
    Repensar, aliás, a loucura em que se está tornando o próprio fenómeno do urbanismo.
    Reformular a concepção das cidades e das orlas costeiras
    Dito de outro modo: a moda política tende a ser, um constante apelo à terapêuticas de crescimento pelo crescimento. È tarde demais para desconhecermos que, quando a produção cresce, as reservas naturais diminuem.
    Há porém um fenómeno que nem sempre se associa ás preocupações da humanidade. Refiro-me à explosão demográfica.
    Com mais ou menos rigor matemático, é sabido que a população cresce em progressão geométrica e os alimentos em progressão aritmética. Assim, em menos de meio século, a população do globo cresceu duas vezes e meia !...
    Nos últimos dez anos, crescemos mil milhões!... Sem grande esforço mental, compreendemos aonde nos levará esta situação.
    Se é de um homem mais sensato e responsável que se precisa, um homem que olhe amorosamente para este belo planeta que recebeu em excelentes condições de conservação e está metodicamente destruindo; de um homem que jure a si mesmo em cadeia com os seus semelhantes, fazer o que for preciso para que o ar permaneça respirável, que a água seja instrumento de vida e dela portadora, e os equilíbrios naturais retomem o ciclo da auto sustentação, empenhemo-nos desde já nessa tarefa, com persistência e determinação.
    Se é a continuação da vida sobre a terra que está em causa, e em segunda linha a qualidade de vida, para quê perder mais tempo?...
    Por isso apelamos a todos quantos se queiram associar a este movimento pela preservação Natureza, pela Paz e pelo desenvolvimento harmonioso da Humanidade, para subscreverem este Apelo.
    Ao fazê-lo estamos a afirmar a nossa cidadania, enquanto pessoas livres, que olham com preocupação o futuro da Humanidade, o futuro dos nossos filhos!
    Fernando Bizarro
    E eu que sou poeta e fui amigo do Fernando Bizarro termino com um poema que então escrevi:

    LASTRO
    Rogério Martins Simões

    É tarde e a noite esfria.
    É tarde, a noite avança.
    Que é feito da minha esperança
    que balança na noite fria
    Rola o vento, apaga o encanto.
    nas noites molhadas no pranto.

    Lá fora arde um madeiro,
    dizem que é o último…
    Ultimo os meus pensamentos.
    Que será de mim
    quando acabarem as chamas.
    Chamo por ti e não respondes.
    Volta!
    Deixa ao menos que uma faísca
    se espalhe e conserve a luz.

    É tarde, o madeiro é agora
    um lastro de cinzas
    que prende a lua e as estrelas,
    pinta-as de negro e vai escondê-las
    na sombra dum girassol…

    É tarde, a noite avança.
    Onde estarás, minha criança,
    quando as cinzas taparem o sol…

    27-12-2006 23:34:30
    (Poema dedicado à poetisa Natália Correia)

    Cumprimentos,

    Rogério Martins Simões


  • 13. à 11:54 PM em 03 abr 2009, paulo roberto barra escreveu:

    a unica soluçaõ estar na criação de uma moeda nacional.que possa unificar os paises.

  • 14. à 11:44 PM em 04 abr 2009, Roberto Campos escreveu:

    A Velha Ordem nunca prestou, pelo menos para nós os pobres. Os ricos enriqueceram à nossas custas. E agora que não conseguem mais enriquecer, querem a consolidação da globalização como solução para os problemas da bolha econômica monstruosa que eles mesmos criaram e que estourou. Lembram-se das pirâmides e das correntes? A crise é parecida só que em escala global. Bem, alguém tem que pagar a conta, não é mesmo? A Nova Ordem em contrapartida, poderá resolver esses problemas, mas a que preço? Será que ninguém está percebendo a formação de uma ditadura global? A perda de liberdades individuais? Será que em 2020 não nos arrependeremos da Nova Ordem ter sido criada? Teremos um governo globalista e uma economia mundial única. Logo alguém vai querer ser o rei do mundo. Seremos seus súditos – ou escravos...
    Que eu morra antes!

  • 15. à 10:39 PM em 06 abr 2009, Társis Cardoso escreveu:

    O Brasil tem um grande potencial devido à suas riquezas naturais, entretanto ninguém vê para onde vai tantos impostos pagos, a culpa é nossa que somos passivos à esse sistema injusto.

  • 16. à 02:49 PM em 07 abr 2009, Marli escreveu:

    Sem dúvidas, o melhor comentário é do GEORGE BERTOLD ,que em poucas palavras resumiu aonde está todo o problema mundial.
    Se não temos todos os fatos sobre um assunto, nosso julgamento não será melhor do que a qualidade de informações e se estamos recebendo da mídia a desinformação, não teremos o bom senso de medir a extensão da mentira tendo a crença por base controlada.
    São os Ciborgs Corporativistas controlando a agricultura, tecnologia, produção industrial, educação, saúde, comunicação, políticos..
    Nenhum país do mundo possuem hoje um governo p/ a população, são governos para a Corporação, é o fascismo controlando as pessoas.
    Se entendermos a Nova Ordem Mundial, abre-se a cortina e o pergaminho se desenrola e tudo se esclarece e reclamar de fome, educação, doenças e guerras será coisa do passado, pois está atrelado nesse CLUBE a raíz de todo o problema, do nosso futuro controlado.

  • 17. à 03:03 PM em 07 abr 2009, Marli escreveu:

    Sem dúvidas, o melhor comentário é do GEORGE BERTOLD ,que em poucas palavras resumiu aonde está todo o problema mundial.
    Se não temos todos os fatos sobre um assunto, nosso julgamento não será melhor do que a qualidade de informações e se estamos recebendo da mídia a desinformação, não teremos o bom senso de medir a extensão da mentira tendo a crença por base controlada.
    São os Ciborgs Corporativistas controlando a agricultura, tecnologia, produção industrial, educação, saúde, comunicação, políticos..
    Nenhum país do mundo possuem hoje um governo p/ a população, são governos para a Corporação, é o fascismo controlando as pessoas.
    Se entendermos a Nova Ordem Mundial, abre-se a cortina e o pergaminho se desenrola e tudo se esclarece e reclamar de fome, educação, doenças e guerras será coisa do passado, pois está atrelado nesse CLUBE a raíz de todo o problema e provavelmente do nosso futuro controlado.

  • 18. à 03:34 PM em 10 abr 2009, ronan wittee escreveu:

    Várias das cobranças ambientais feitas ao Brasil é própria dos que desconhecem ou esquecem o fato de que o país é quase um continente e não uma linha de ônibus urbano.
    A desinformação de tal aspecto vinga exatamente por conta do achismo que infesta toda a abordagem que se faz da causa ambiental.
    Acho que o gelo vai derreter,que isto,que aquilo,etc.
    As tais cobranças,também,partem exatamente daqueles,que mais agrediram a natureza e que merce de interesses mal confessados,buscam com dedo em riste,expiar a própria incúria,transferir responsabilidades.
    Não é assim e isto ficará muito claro logo adiante, no exato tempo das coisas.
    Claro que o Brasil em tais assuntos não é exatamente uma virgem,mas esta muito longe de ser uma doninha qualquer.
    Devagar com o andor,que o santo é de barro.

  • 19. à 11:45 AM em 14 abr 2009, ronan wittee escreveu:

    O principal desafio que uma agenda como esta do BRIC impõe ao Brasil, esta posto na educação.
    Não se conquista uma posição de liderança permanente apenas por superávits economicos.
    É preciso,antes de tudo,uma profunda inflexão sobre o que possa garantir tais conquistas.
    E,todas...apontam para a educação,como pedra basilar de um desenvolvimento consequente e duradouro.

  • 20. à 07:52 AM em 16 abr 2009, gerard escreveu:

    Nova ordem mundial? uma ordem com qual principio? crescimento economico sem responsabilidade, publicar na midia apenas certas coisas, esconder verdades, criar micro-chips e usar nas pessoas, enganar a opiniao publica. é preciso ter muito cuidado com essa tal ordem mundial.

  • 21. à 06:56 PM em 16 abr 2009, Verdade escreveu:

    Nova Ordem Mundial ???
    o que è isso?

    O presidente (Lula) afirmou que a Nova Ordem Mundial a ser construída a partir da superação da atual crise deve levar em conta a distribuição de renda. ( 15 de abril, 2009 - )
    Materia completa aqui - /portuguese/noticias/2009/04/090415_lulaforumrioac.shtml

    Pra quem nao sabe a ideia da Nova Ordem Mundial ja ´antiga e o ultimo que tentou adota-la foi (adivinhe quem...) - Adolf Hitler
    Entao, quando vc ouvir falar da Nova Ordem Mundial, SE OPONHA, pois a unica Distribuicao de renda serà feita entre os ricos atraves do trabalho escravo dos pobres.
    Assista agora / se informe:
    Zeitgeist

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