Minha maratona por Londres
Domingo foi o dia da maratona de Londres e enquanto milhares de pessoas corriam - umas para levantar dinheiro para caridade, outras se preparando para as OlimpĂadas de Pequim ou por pura diversĂŁo - eu começava a minha maratona particular.
Tive a infeliz idéia de fazer compras nesse dia em que tudo estaria obviamente um caos, já que a largada é em frente à minha casa, em Blackheath, no sudeste de Londres.
Esperei umas duas horinhas depois do inĂcio do evento e fui de Ă´nibus – uma viagem de cinco minutos – atĂ© Lewisham, onde ia gastar meu dinheiro.
Pensei comigo mesma: “Dei sorte. Consegui chegar rápido, daqui a pouco estou de volta para o almoço”. Ledo engano. Meu tour involuntário de mais de uma hora pela cidade estava prestes a começar.
Quando estava a trĂŞs pontos da minha casa, o Ă´nibus da volta, o 108, deu uma virada inesperada para o lado oposto ao que ele deveria ir e seguiu sem parar por quase um quilĂ´metro.
Eu, com preguiça de andar carregando sacolas pesadas, fui falar com o motorista. Perguntei o que tinha acontecido. “Diversion, darling” (Desvio, querida), respondeu ele. E eu: “Mas depois você vai voltar para cá?” Ele assentiu com a cabeça.
Claro que ele não voltou. O tempo foi passando e eu reconhecia cada vez menos os arredores. O pânico foi tomando conta de mim. E não só de mim. Tinha uma velhinha inglesa, com uma expressão de terror no rosto, perguntando em voz alta, mas para si mesma aparentemente, onde o motorista estava indo e alguns adolescentes discutiam se o ônibus ia ou não para o destino deles.
Eu perguntava para o motorista sobre o meu caminho e ele me ignorava solenemente. Olhava para a frente, como se não houvesse ninguém ali.
Depois de 40 minutos, estava eu no ponto final em Stratford, no leste da cidade, cheia de sacolas. Peguei outro Ă´nibus (lotado) da mesma rota para voltar, numa viagem de outros quarenta minutos da mais pura felicidade, sĂł que desta vez, pelo menos, o motorista era uma pessoa decente.
Ele avisava as pessoas durante o caminho que havia mudanças na rota por causa da maratona, dizia que não ia passar por tais lugares, explicava que determinado ponto era o mais perto que ele ia chegar de tal bairro etc.
Antes desta maratona, eu já preferia os trens e o metrô de Londres aos ônibus. Agora, então…
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Ahhh, se eu tivesse que andar por Lewisham e ainda mais de onibus o panico tambem tomaria conta de mim..... alias, sĂł em pensar ja fico nervoso.
Oi, sou Diego, moro no interior de SP. Poxa, maratona mesmo heim?!, ter visto a senhorinha com "medo" deve ter sido bem ruim, adoro idosos e o deio pessoas prepotentes como o seu primeiro motorista, boa sorte nas prĂłximas compras!
haha, estava ai no ano passado e minha nomorada morava em Brookmill Road, perto do centro de Lewisham e nesse dia da Flora Marathon subimos para Blackheath Green para ver a corrida, mas na volta foi um pesadelo porque pareceu que todo mundo decidiu ir embora junto e foi um sufoco. Muita gente.
Pelo menos voce nao teve que passar debaixo da catraca!
Ê horrivel sentir essa sensação "que lugar é esse?" eu tambem ja passei por isso estava no centro de sao paulo e queria ir pro jabaquara peguei um onubus que foi parar em diadema! tive que ir andando até o terminal jabaquara e ja era 10 horas morri de raiva e medo, e a grande diferença entre aqui e ai é que aqui NINGUEM é educado voce tem sorte de morar ai!!!