Brigada do Jazz
Recentemente fui ao Vortex, meu clube de jazz preferido em Londres. Fui ouvir o Basquiat Strings, grupo formado por um quinteto de cordas: dois violinos, uma viola, um violoncelo, um contrabaixo acĂșstico e uma bateria.
O grupo se destaca por pegar essa unidade tĂŁo tradicional da mĂșsica erudita, interferir nela ao incluir a bateria e o baixo, e usĂĄ-la para fazer jazz. E que beleza de jazz.
As composiçÔes e arranjos sĂŁo do Ben Davis, um inglĂȘs com quem ja trabalhei.
Eles fazem uma musica difĂcil, onde vocĂȘ tem de tolerar horas de aridez para conseguir, de vez em quando, um minutinho de lirismo. Como boa brasileira, nĂŁo vivo sem uma bela melodia. E o que percebo no trabalho do Ben Ă© que ele nĂŁo tem medo da beleza e do lirismo.
Aquelas cordas foram me emocionando, me levando de um jeito numa viagem que Ă Čő vezes eu pensava que nĂŁo dava para ficar mais bonito. E ficava. E nĂŁo era sĂł melodia e lirismo. Tinha suingue. Tinha balanco, ritmo.
SaĂ do Vortex pensando na ironia das coisas. Sei que mĂșsico vive mal, sem grana. NĂŁo Ă© novidade. Veja o exemplo do Mozart...
Mas nĂŁo consigo deixar de pensar que se o mundo tivesse acesso Ă quela poesia toda, iria ficar maravilhado.
No entanto, lĂĄ estava eu, junto com quem sabe umas cem pessoas?
Isso nĂŁo Ă© nada para a quantidade de talento, trabalho e arte que tinha ali naquele palco.
Quando fiz minha sĂ©rie sobre jazz para a ±«Óătv Brasil, tentei explicar isso, e a mensagem continua.
A brigada do jazz, essa irmandade, quando nĂŁo consegue ir por cima, vai por baixo.
Ninguém segura, ninguém compra, ninguém barra. Jazz pelo jazz.
Eu fico feliz sĂł em poder ser testemunha.
°äŽÇłŸ±đČÔłÙĂĄ°ùŸ±ŽÇČőDeixe seu comentĂĄrio
oi minha linda!
escuta Boreal!
beijos
Adu